08/10/08

O Entardecer na Cidade!...



Empurra a porta do velho prédio. A luz, mortiça, dá a silhueta de um corpo de mulher. O seu olhar, percorre lentamente aquele corpo. Umas botas negras, de cano alto, realçam aquelas pernas bem torneadas que as separam da pequena saia justa, emoldurando uns quadris de sonho. Uma blusa, semiaberta, mostram os seios alvos, com os mamilos hirtos como se fossem perfurar aquela fina fazenda que lhe cobria o busto.

Serenamente fixou-o nos olhos. Um estremecimento percorreu-lhe o corpo. Sentia subir o prazer da paixão, da posse, do prazer carnal. Toda ela era lume, toda ela era fogo, toda ela era sexo!

Não soube ao certo quanto durou aquele momento. Os seios, palpitantes, aguardavam-no, os lábios carnudos, num rosto bem emoldurado, abriam-se sequiosos. As pernas cruzaram-se lentamente, como a dizer que levaria o seu tempo, o tempo que fosse necessário para as abrir, sem pressas, sem necessidade de se saber se outro alguém estaria à espera dessas mesmas pernas, desse mesmo corpo.

Num sussurro, ela entreabriu os lábios mostrando uns dentes perfeitos e perguntou:

- Vens?!

Despertando do torpor que aquele ser lhe criara, ele subiu as escadas à procura do local onde tinha que ir e, sem lhe dizer palavra,... Não foi!