22/07/07

Amor e Sexo

mulher flor

Se alguém te oferecesse flores, dirias: «É Impulse», mas não era esse o caso. Debruçado sobre a mesa com ramos de flores, um homem repetia: «Quer frôr?».

Ele olhou em volta, sem entender o motivo daquela pergunta, pois estava sozinho. No entanto, a personagem não se afastava da sua mesa, insistindo na sua ladainha: «Quer frôr?».

Ele fixou o olhar no homem à sua frente, sem o enxergar. Os contornos de um corpo surgiram na sua mente. Um corpo de mulher.

As suas mãos acariciaram-lhe o corpo, perdendo-se em cada curva do seu rosto, do seu peito, das suas axilas, do seu vértice.

Demoradamente, reteve cada pedaço daquele momento. A luz suave das lamparinas refletia-lhe um corpo maduro, mas viçoso. A cada toque seu, um murmúrio de prazer, um suave tremor, um querer sexual, mas sem pressa, como se cada toque fosse o último, como se o exalar de desejo fosse único, como se nunca tivesse amado assim.

As suas pernas, semi-fletidas, ocultavam a essência do sexo, tornando misteriosos os caminhos que a cada momento se iam descobrindo, como se o desbravar tivesse os seus custos, a sua persistência em tons de azul, como se o céu estivesse ali tão perto e tão longe.

Suavemente, os corpos entregaram-se ao amor, amor em sexo, sexo em amor. Olhos fitavam olhos, corpos em perfeita sintonia, os lábios tocavam-se, não em sofreguidão, mas com leveza.

- Quer frôr?

A essa pergunta, ele voltou àquela mesa onde se encontrava. O torpor do momento, da lembrança, extinguiu-se lentamente à pergunta que lhe era feita:

- Quer frôr?

Ele pegou numa flor, como se naquele instante voltasse a colocar uma flor na mão daquela mulher que ficou deitada na cama com os olhos semicerrados, enquanto ele descia as escadas ao encontro da noite.

1 comentário:

lupcamp disse...

Eu achei nuito fantástico,faz-nos sonhar nos campassos do amor...transcende nossa alma pro paraíso do amor,é lindo D+,mesmo