24/03/06

Aquele dia!...

Lembro-me daquele dia em que te vi. Olhei para ti e encontrei nos teus olhos o brilho de um dia belo de Primavera. O tempo congelou, como se aquele momento fosse um fragmento de uma existência. Mas não. Andámos lado a lado, de mãos dadas, sabendo que o nosso amanhã é hoje e que amar não tem tempo, ocasião ou lugar.

Corpos ardentes, unidos, beijados. Lençóis revirados. Corpos entrelaçados, como se o lugar fosse uma roda-viva, sem rumo definido, sem sentido, sem direções.

Respiração ofegante, lábios nos lábios, carícias, cabelos molhados. Palavras murmuradas, enraizadas, sentidas… Amo-te.

Corpos adormecidos, saciados, esgotados. Cabeça no peito sonolento, rendido. Braço abraçado, aconchegante, como se o gesto fosse o acolher de uma vida já partilhada.

Tempo de recuperação, de transição, de introspecção. Olho para ti e…

… Lembro-me daquele dia em que te vi.